Cesar & Afonso

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Nóiz no Som da Viola

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Boi Soberano (Carreirinho)






Me alembro e tenho saudade
Do tempo que vai ficando
Do tempo de boiadeiro
Que eu vivia viajando



Eu nunca tinha tristeza
Vivia sempre cantando
Mês em mês cortando estrada
No meu cavalo ruando



Sempre lidando com gado
Desde a idade de quinze anos
Não me esqueço de um transporte
Seissentos boi cuiabano
No meio tinha um boi preto
Por nome de Soberano

Na hora de despedida

O fazendeiro foi falando



Cuidado com este boi


Que nas guampas é liviano





Este boi é criminoso


Já me fez diversos danos


Toquemo pelas estradas


Naquilo sempre pensando





Na cidade de Barretos


Na hoda que eu fui chegando


A boiada estourou, ai...


Só via gente gritando


Foi mesmo uma tirania


Na frente ia o Soberano





O comércio da cidade


As portas foram fechando


Na rua tinha um menino


De certo estava brincando





Quando ele viu que morria


De susto foi desmaiando


Coitadinho, debruçou


Na frente do Soberano





O Soberano parou, ai...


Em cima ficou bufando


Rebatendo com o chifre


Os boi que vinha passando


Naquilo o pai da criança


De longe vinha gritando





Se este boi matar meu filho


Eu mato quem vai tocando


Quando viu seu filho vivo


E o boi por ele velando





Caiu de joelho por terra


E para Deus foi implorando


Salvai meu anjo da quarda


Desse momento tirano





Quando passou a boiada


O boi foi se arretirando


Veio o pai dessa criança


E comprou o Soberano


Este boi salvou meu filho


Ninguém mata o Soberano

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