Cesar & Afonso

Cesar & Afonso
Nóiz no Som da Viola

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Dever de um Médico (Tião Carreiro e Pardinho)

Minha casa é de caboclo mas mora a felicidade
Encontrei a preferida rainha da minha vida
Com ela eu sou tão feliz, assim o destinho quis
No jardim do nosso amor nasceu uma linda flor
Com cinco anos somente menina ficou doente
Sofrendo uma grande dor....
Em altas horas da noite...
Mandei chamar o doutor...

Eu mandei meu camarada lá em sua residência
De volta o rapaz dizia que atender-me não podia
Eu fiquei desesperado, mandei de volta o empregado
Virou nos pés do cavalo dava trovões e estalos
Mas trouxe o doutor consigo tirando a do perigo
Convidei pra pernoitar...
Me disse que tinha pressa...
Necessitava voltar...

Vendo minha filha salva, fui com ele até sua casa
Vi tanta gente só vendo, dia estava amanhecendo
Eu disse a ele contentem senhor tem muitos clientes
Não é verdade doutor, vi nele profunda dor
Suas lagrimas brotou, sem resposta me deixou
Fiquei suspenso no ar...
Pôs a mão nas minhas costas...
Me convidou pra chegar...

Quanto entrei em sua casa que passei a compreender
Triste surpresa eu tive, quando vi não me contive
Enquanto o doutor sofria, tinha perdido uma filha
Quantos pêsames lhe dei, franqueza, também chorei
O doutor me agradeceu e depois me respondeu...
O quê que vamos fazer...
Eu fui salvar sua filha...
Para cumprir meu dever...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Poder do Criador (Goiano & Paranaense)

Hora triste foi aquela
Que Jesus Cristo falou
Mãe está chegando a hora
A senhora fica e eu vou

Com certeza mãe e filho
Neste momento chorou
Hora triste e dolorida
Porque a dor da despedida
Só conhece quem passou

Maria disse meu filho
Faz tudo que o Pai mandou
pra salvar a humanidade
Ele lhe determinou

Com as lágrimas caindo
O seu rosto ele beijou
Pra cumprir a profecia
Naquele instante o Messias
Todo pecado abraçou

Nas margens do rio Jordão
Jesus Cristo caminhou
Para encontrar João
Aquele que testemunhou

O encontro foi tão lindo
Que o povo se emocoinou
Também foi nessa visita
Que nas mãos de João Batista
Jesus Cristo batizou

Na mesa da Santa Ceia
Jesus Cristo ordenou
Ensine os meus mandamentos
Que onde está meu Pai eu vou

Se o mundo lhes odiar
Também já me odiou
Faça o bem sem ver a quem
A sua reconpensa vem
É o que Jesus profetizou

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Amor e Saudade

Eu passei na sua terra, já era de madrugada
As luzes da sua rua estavam quase apagadas
Fiquei horas recordando a nossa vida passada
O tempo do nosso amor que se acabou tudo em nada

A sua casinha triste estava toda fechada
E no varal do alpendre umas roupas penduradas
Conheci no meio delas sua blusa amarelada
Aumentou minha saudade... Eiita vida amargurada

No tempo que nóis se amava eu fiz muita caminhada
Chegava na sua casa mesmo sendo hora avançada
Você de casaco preto vinha toda enamorada
Ali nós dois se abraçava sem que ninguém visse nada

Mas no mundo tudo passa a sorte é predestinada
Você se casou com outro e eu segui minha jornada
Deixei você me ascenando lá na curva da estrada
Adeus cabocla faceira... Rosa branca perfumada...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Olhos Claros

Já faz mais de doze anos
Que fui preso e estou pagando
Por um crime que eu cometi
Olhos verdes com ternura
Me levaram a loucura
E por isso estou aqui
Alguém vive lá de fora
Contando minuto e hora
Pra me ver em liberdade
Esse alguém não sei porque
Não quer mais me ver sofrer
E gosta de mim de verdade

Deus ouviu minhas preces e me atendeu
Em graça e sabedoria criança cresceu

Domingo no mesmo horário
Um homem de olhos claros
Veio aqui me visitar
De gravata e barba feita
Traz em sua face perfeita
Esperança no olhar
Como se fosse um amigo
Ele fica aqui comigo
E me faz bem vê-lo ficar
Uma hora me olhando
Com os olhos lacrimejando
Diz que vai me libertar

Deus ouviu minhas preces e me atendeu
Em graça e sabedoria criança cresceu

Um dia no mesmo horário
O homem de olhos claros
Novamente apareceu
Disse eu vim pra te buscar
Você vai me acompanhar
Sou advogado seu
Minha mãe já me contou
Que um dia você matou
Só porque amou demais
Eu sou aquela criança
Seu filho sua esperança
Vim te libertar meu pai

Deus ouviu minhas preces e me atendeu
Em graça e sabedoria criança cresceu

Hoje estou em liberdade
Mas confesso na verdade
Ainda continuo preso
Nas lembraças do passado
Ainda estou acorrentado
E aprisionado pelo medo
O homem de olhos claros
Que com pensamentos raros
Me tirou desta prisão
Tinha nos olhos um brilho
Este homem é o filho
Que eu pedi em oração

Deus ouviu minhas preces e me atendeu
Em graça e sabedoria criança cresceu...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Loira do Carro Branco (João Paulo & Daniel)

Viajando solitário mergulhado na tristeza
Numa curva da estrada eu tive uma surpresa
Uma loira encantadora, bonita por natureza
Me pediu uma carona eu atendi com despreza

Sentou bem pertinho de mim com muita delicadeza
O meu carro foi o trono, eu passei a ser o dono da rainha da beleza

Foi o dia mais feliz que meu coração sentiu
Mas meu mundo encantado de repente destruiu
Ao ver a loira tremendo, gemendo e suando frio
Parei o carro de pressa na travessia de um rio

Enquanto eu fui buscar a água que muito triste ela pediu
Eu ouvi cantar os pneus e ouvi dizer adeus... Com meu carro ela sumiu

Somente um bilhetinho na estrada encontrei
Quando acabei de lerm confesso que me emocionei
No bilhete ela dizia "por você me apaixonei
Só peço que me perdoe o golpe que eu lhe dei

Para alimentar a esperança o carro eu levarei
Me perdoe por favor, quando eu tiver seu amor, o carro lhe entregarei

Quem estiver me ouvindo, preste muita atenção
O meu carro não tem placas, mas vou dar a descrição
É branco e tem uma loira charmosa na direção
Dou o carro de presente a quem fizer a prisão

Por ela ter roubado o carro já tem absolvição
Mas vou lhe dar um castigom vai ter que viver comigo por roubar meu coração

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Viúva Rica (Tião Carreiro/Edward de Marchi)

Fui caboclo do pesado, levei sempre vida dura
Já fiz serviço dobrado pelo óleo da fritura
De roer osso na vida gastei minha dentadura
De tanto apertar o conto calejei minha cintura
Não tem negócio da China pra se sair da pendura
Ou é a luta do mundo ou a paz da sepultura

Pra se viver do trabalho é demais a concorrência
É carteira pra carvalho e carta de referência
Quando mais ganha mais gasta na rabeira da carência
Trabalhar pra quem é pobre é gostar de penitência
O trabalho dá cansaço e suor de experiência
Trabalhar por trabalhar é relaxar a competência

De trabalhar ninguém morre nem de fome quem nao queira
Faça sol ou faça chuva mundo velho é sem porteira
O meu rosário de queixa eu joguei na corredeira
Qualquer barranco é o porto qualquer pedra é um cadeira
Deus me deu o lar do mundo e a saúde com esteira
Minha mãe me deu a luz e a vida sem canseira

No meu sistema de vida muita gente me critica
O futuro é a morte pra semente ninguém fica
Três punhadinhos de terra numa cova nada explica
Da minha filosofia eu só vou dar uma dica
Eu não vou salvar o mundo dessa gente que complica
Nem morrer de trabalhar pra deixar viúva rica...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mineiro de Monte Belo (Tião Carreiro e Pardinho)

Na beirada do telhado é morada do cuitelo
Sanhaço tem pena verde mora no pé de marmelo
No galho da laranjeira sabiá peito amarelo
No braço desta viola mineiro de monte belo
Quando entro no catira os meus pés são dois martelo

A onça mora no mato só sai pra pegar o bitelo
Os pés de moça bonita moram dentro do chinelo
O rei e a rainha mora dentro do castelo
Minha voz mora no peito por isso me acautelo
Eu não canto no sereno pela minha voz eu zelo

Casamento coisa boa dois unidos por um elo
Eu estou apaixonado só agora me revelo
Ela tem dois irmãos bravos que eu amanço e depois trelo
Amanhã eu levo ela antes meu cavalo eu celo
A viagem é perigosa eu arrisco e não cancelo

Cinturão cheio de bala levo faca e parabelo
Se eu perder no ferro frio pro pau de fogo eu apelo
Meus dedo não tem juízo no gatilho quando eu relo
Caboclo do sangue quente é na bala que eu gelo
Mineira vamos embora que eu venço qualquer duelo...

Boi Soberano (Carreirinho)






Me alembro e tenho saudade
Do tempo que vai ficando
Do tempo de boiadeiro
Que eu vivia viajando



Eu nunca tinha tristeza
Vivia sempre cantando
Mês em mês cortando estrada
No meu cavalo ruando



Sempre lidando com gado
Desde a idade de quinze anos
Não me esqueço de um transporte
Seissentos boi cuiabano
No meio tinha um boi preto
Por nome de Soberano

Na hora de despedida

O fazendeiro foi falando



Cuidado com este boi


Que nas guampas é liviano





Este boi é criminoso


Já me fez diversos danos


Toquemo pelas estradas


Naquilo sempre pensando





Na cidade de Barretos


Na hoda que eu fui chegando


A boiada estourou, ai...


Só via gente gritando


Foi mesmo uma tirania


Na frente ia o Soberano





O comércio da cidade


As portas foram fechando


Na rua tinha um menino


De certo estava brincando





Quando ele viu que morria


De susto foi desmaiando


Coitadinho, debruçou


Na frente do Soberano





O Soberano parou, ai...


Em cima ficou bufando


Rebatendo com o chifre


Os boi que vinha passando


Naquilo o pai da criança


De longe vinha gritando





Se este boi matar meu filho


Eu mato quem vai tocando


Quando viu seu filho vivo


E o boi por ele velando





Caiu de joelho por terra


E para Deus foi implorando


Salvai meu anjo da quarda


Desse momento tirano





Quando passou a boiada


O boi foi se arretirando


Veio o pai dessa criança


E comprou o Soberano


Este boi salvou meu filho


Ninguém mata o Soberano

Onde Foi Que Eu Errei

Fiquei te esperando sem poder dormir
Só pensando em quando e porque...
Ficou tudo assim... ficou tudo assim...
Pergunto e você não quer me responder
Pra evitar meu abraço você
Vira as costas pra mim... E vira as costas pra mim...

Se a rotina da vida fez o sonho acabar
Eu me sinto perdido sem entender nada
Vem me ajudar...
O silêncio é uma faca cortando o coração
De quem vê seu amor dissolvendo na mão
Me salve, eu não posso aceitar te perder
Sem saber a razão...

Onde foi que eu errei
O que foi que fiz
Eu preciso saber...
Não deixei de te amar
Não traí, não fingi
Não menti pra você...

Se amar é perder
Eu não quero te amar
E ficar sem você...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Índia




Índia seus cabelos no ombros caídos

Negros como a noite que não tem luar

Seus lábios de rosas para mim sorrindo

E a doce meiguice desse seu olhar


Índia da pele morena

Sua boca pequena

Eu quero beijar


Índia, sangue tupí

Tens o cheiro da flor

Vem que eu quero lhe dar

Todo o meu grande amor


Quando eu for embora para bem distante

E chegar a hora de dizer-lhe adeus

Fica nos meus braços só mais um instante

Deixa os meus lábios se unirem aos seus


Índia levarei saudade

Da felicidade

Que você me deu


Índia, a sua imagem

Sempre comigo vai

Dentro do meu coração

Flor do meu Paraguai...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Os Homens Não Devem Chorar

Quando te perdi não compreendi sua ingratidão
Fiquei a cismar sem me conformar com a solidão
A nossa casinha na beira da linha tão triste ficou
Só o seu perfume fazendo ciúme foi o que restou

Teu procedimento me fez infeliz
Deixando em meu peito uma cicatriz
Ao te ver de braços com um novo amor
Não sei como pude suportar a dor

Eu sei que o homem não deve chorar
Por uma mulher lhe abandonar
Mas acreditando nos carinhos teus
Com o desengano quem chorou foi eu

Hoje faz um ano que o desengano virou solidão
Tivera um fim ao chegar pra mim nova ilusão
No jardim do amor uma nova flor veio florescer
Trazendo bonança e nova esperança para o meu viver

Dizem que há males que vem para bens
Um amor se vai e outro logo vem
Como não há mal que não tenha fim
O que me fizestes foi um bem pra mim

Não venho pedir não venho implorar
Venho aqui somente para lhe contar
Que não interessa mais o teu amor
Pois tenho comigo uma nova flor...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Escolta de vagalumes

Voltando pra minha terra eu renasci
Nos anos que fiquei distante acho que morri
Morri de saudade dos pais, irmãos e companheiros
Ao cair da tarde no velho terreiro
A gente cantava as mais lindas canções...
Viola afinada e na voz dueto perfeito
Longe eu não cantava doía meu peito
Na cidade grande só tive ilusões



Mas voltei, mas voltei, eu voltei...
E ao passar a porteira mate o perfume
Eu fui escoltado pelos vagalumes
Pois era uma linda noite de luar...
Mas chorei, mas chorei, eu chorei...
Ao ver os meus pais e meus irmãos vindo ao meu encontro
A felicidade misturou meu pranto
Com o orvalho da noite desse meu luar



Ganhei dinheiro lá fora, mas foi tudo em vão
A natureza é meu mundo, eu sou o sertão
Corri pelos campos floridos feito um menino
Pra esquecer as mágoas e os desatinos
Que a vida lá fora me proporcionou
Ouvi o sabiá cantando e a juriti
A felicidade de um bem-te-vi
Que parece dizer meu amigo voltou...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Meu Amor, Meu Bem Querer (Cesar)

Toda vez que encontro você
Meu coração palpita não sei porque
Uma vontade louca de ter você
Até o dia que eu morrer...
Meu amor, meu bem querer

Teu lindo cabelo preto
Balança ao soprar o vento
Sofrendo neste relento
Vou vivendo por viver...
Meu amor, meu bem querer

Seus olhos da cor do mar
Dizem que quer me amar
Que sem mim não quer ficar
E falam pra lhe dizer...
Meu amor, meu bem querer

Quando escuto teu nome
Dor no coração consome
Saudade tua é enorme
Pensando sempre em você...
Meu amor, meu bem querer

Não posso viver assim
Com você longe de mim
É uma dor que não tem fim
E eu não posso viver...
Sem você, meu bem querer...

Felicidade (Composição Indisponível)




Faz muito tempo, ainda me lembro

Foi numa festa lá no Jaraguá

Foi mais ou menos por fim de setembro

Eu nestes versos quero relembrar


Felicidade... Oh! Felicidade...

Tão pouco tempo que você durou

Eu vivo agora curtindo a saudade

Veio a tristeza e comigo ficou


Não tenho mais aquela companheira

Que muitas vezes comigo sofreu

Felicidade foi tão passageira

Toda alegria do meu peito morreu


Felicidade... Oh! Felicidade

Volte de novo em meu peito viver

Se ela voltasse, oh! Felicidade

Eu te agradeço e que bom que vai ser

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Chicotada da Paixão (Cesar)

Minha vida nunca foi um mar de rosas
Parece uma chicotada que deram nas minhas costas
Quero ficar pra sempre do seu lado
Ficar em teus braços e dizer que te amo

Nas noites de céu estrelado e de lua clara
Fico pensando em você toda a madrugada
Eu fico desesperado sem você do lado
Sonho todas as noites com você nos braços

De noite eu fico andando sozinho na rua
Desde então fico a conversar com a lua
Pergunto o que fazer com essa paixão
Que está sufocando o meu coração

Sofro com a chicotada da paixão
Minha vida agora está em suas mãos
Quero viver com você pro resto da vida
Não suporto mais essa dor desatina

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Diabo Não É Tão Feio Como Se Pinta (Tião Carreiro & Pardinho)

O diabo foge da cruz e também do terço
O diabo também tem medo de oração
Mas ele não é tão feio quanto se pinta
Garanto que muita gente me dá razão

Bem pior que o diabo fui um sujeito
Não merecia meu pé, mas dei a mão
É melhor ter um cachorro pra ser amigo
Porque um amigo cachorro só faz traição

Do espinho da roseira quero distância
Só quero perto de mim a rosa em botão
Eu sempre detestei batida de carro
Batida que eu mais gosto é a de limão

Meu Deus abraço de homem coisa horrorosa
Mas abraço de mulher é que eu acho bão
De homem quero distância não quero nada
No lugar que a mulher pisa eu beijo o chão

Mulher sendo bonita dou minha vida
Não levanto uma palha por um canhão
Para carne de pescoço não dou um cruzeiro
Leva todo meu dinheiro filé mignon

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Faca Que Não Corta (Tião Carreiro e Pardinho)

Viola que não presta, faca que não corta
Se eu perder... pouco me importa

O cabo da minha enxada era um cabo bacana
Não era de guatambu, era de cana caiana
Um dia lá na roça me deu sede toda hora
Chupei o cabo da enxada e joguei a enxada fora

Enxada que não presta, faca que não corta
Se eu perder... pouco me importa

Corri atrás de uma onça preparando pra atirar
Do estado de São Paulo atravessou pro Paraná
A caça que eu atiro eu juro que não me escapa
A cartucheira falhou, peguei a onça no tapa

Cartucheira que não presta, faca que não corta
Se eu perder... Pouco me importa

Peguei o meu dinheiro e emprestei pro camarada
O sujeitinho sumiu, nem dinheiro e nem mais nada
Dinheiro emprestado é um grande perigo
A gente perde o dinheiro e também perde o amigo

Amigo que não presta, faca que não corta
Se eu perder... Pouco me importa

A fazenda do meu sogro faz divisa com a minha
Presente de casamento ele me deu pois eu nao tinha
Com esse casamento fiquei rico de repente
Casei com sua fazenda trouxe a moça de presente

Casamento que não presta, faca que não corta
Se eu perder... Pouco me importa

sábado, 28 de agosto de 2010

Homem até debaixo d'água

Um caboclinho de sangue na veia
Vergonha na cara e bastante opinião.
A filha mais nova um de fazendeiro
Ele namorava com boa intenção.
O velho cismou de impedir o romance
E num gesto severo chamou atenção.
Você não passa de um pé rapado
Levar minha filha não dou permissão.
Minha filha nasceu no conforto,
Você não tem onde cair morto
Nunca passa de um pobre peão.

O pobre rapaz escutava calado
Igual um aluno aprendendo a lição.
No outro dia fugiu com a menina
Os dois foram viver nos confins do sertão.
Ombro a ombro eles trabalhavam
E a noite dormiam num velho galpão.
A menina dormia na cama
E o caboclinho dormia no chão.
Foi a primeira vez na história,
Que uma rolinha teve glória
Ser protegida por um gavião.

O caboclinho de fibra e talento
Enfrentando o garimpo trabalho cruel.
Sol a sol a procura do ouro
Sem ver pela frente o azul do céu.
Respeitando a menina que amava
O caboclo fez um bonito papel.
Tão pertinho da fonte do amor
Morrendo de sede por ser tão fiel.
Ele foi um gavião sem asa,
Com a menina dentro de casa
Bem distante da lua de mel.

De volta pra casa do velho
Disse o caboclinho sem temer castigo.
Roubei sua filha com boa intenção
Pra cumprir meu dever voltei como amigo.
Que é do homem o bicho não come
Sua filha nasceu pra se casar comigo.
Já não sou mais um pé de chinelo
Posso dar pra ela o melhor dos abrigo.
Dois anos a luta foi dura,
Mais ela voltou virgem e pura
Do meu lado não correu perigo.

O velho muito arrependido
Abraçou sua filha pedindo perdão.
Pro mocinho ele foi dizendo
Entre eu e você acabou o paredão.
Seu talento e moral foi flecha
Que fez meu orgulho tombar sobre o chão.
Minha filha vai ser a rainha
Lá no seu castelo em eterna união.
De você já não tenho mágoa,
Foi homem até debaixo d'água
Vai ser o genro do meu coração.

Baianinho (composição indisponível)

Conheci um baianinho esses da fala macia,
Dava nó em pingo d'água e laçava melancia
Pegava raio na mão segurava ventania
O seu corpo foi fechado num terreiro da Bahia

Caldo de cana gostoso é o que sai da cana roxa
O malandro não tem culpa se o resto do mundo é trouxa.

Chegou na cidade grande baianinho se expandia
Foi comprando carro zero pra pagar em noventa dias
Conseguiu vender a vista mostrando sabedoria
Virou grande negociante baianinho enriquecia

Caldo de cana gostoso é o que sai da cana roxa
O malandro não tem culpa se o resto do mundo é trouxa.
Baianinho na tourada só toureia vaca mocha
No natal compra castanha come a boa e vende a chocha
No banquete que tem frango baianinho come a coxa
Deixa o pé deixa o pescoço pra aqueles que nasceu trouxa

Caldo de cana gostoso é o que sai da cana roxa
O malandro não tem culpa se o resto do mundo é trouxa.

Foi contra um campeão de snooke baianinho fez surpresa
Deu duzentos de lambuja só seis e sete na mesa
Deu trinta snooke de bico jogando só na defesa
Meteu o sete trinta vezes ganhou o jogo na moleza

Caldo de cana gostoso é o que sai da cana roxa
O malandro não tem culpa se o resto do mundo é trouxa.

O Mesmo Castigo (Tião Carreiro & Praiano)

O Destino fez de nós
duas vítimas do amor,
Eu não sei onde ela está...
Ela não sabe onde eu estou,
O Destino fez comigo,
o mesmo que fez com ela;
Nos deu "O Mesmo Castigo":
Pois outra mulher comigo,
E outro homem com ela!

Ôôôôô...Destino ingrato,
Foi cruel de fato
,Não foi meu amigo...
Porque a luz dos meus passos,
Dorme em outros braços,
Sonhando comigo!

Sei que ela também sofre...
Por que me ama demais.
Vivendo ao lado de outro,
não pode viver em Paz.
O mesmo se dá comigo,
Da mesma sorte reclamo:
Eu sofro a mesma saudade,
distante de quem eu amo;
Não tenho felicidade!
Ôôôôôô...Destino ingrato,
Foi cruel de fato,
Não foi meu amigo...
Porque a luz dos meus passos,
Dorme em outros braços,
Sonhando comigo!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Comitiva Esperança (Composição Indisponível)

Nossa viagem
Não é ligeira
Ninguém tem pressa
De chegar

A nossa estrada
É boiadeiraNão interessa
Onde vai dar

Onde a comitiva
esperança
Chega já começa a festança
Através do Rio Negro
Nhecolândia e Paiaguás
Vai descendo o Piquiri,
São LourençoE o Paraguai

Tá de passagem
Abre a porteira
Conforme for
Pra pernoitar
Se é gente boa
Hospitaleira
A comitiva vai tocar

Moda ligeira
Que é uma doideira
Assanha o povoE faz dançar
Ou moda lentaQue faz sonhar

Onde a comitiva esperança
Chega já começa a festança
Através do Rio Negro
Nhecolândia e Paiaguás
Vai descendo o Piquiri,
São LourençoE o Paraguai

Ê, tempo bom que tava por lá
Nem vontade de regressar
Só vortemo
Eu vou confessar
É que as águas chegavam em janeiro
Descolamos um barco ligeiro
Fomos pra Corumbá.

Em Tempo de Avanço (Tião Carreiro & Pardinho)

O destino aqui me trouxe
Cantar pra vocês eu vou
Eu só trouxe coisa boa
Foi meu sertão quem mandou

No lugar que tem tristeza
Eu vou levar alegria
Vou levar sinceridade
Onde existe hipocrisia

No lugar que tem mentira
Eu vou levar a verdade
Vou levar amor sincero
Onde existe falsidade
Quando eu daqui sair
Vocês vão sentir saudade...

A terra hoje balança
Vou aguentar o balanço
Quem espera sempre alcança
Eu espero e nao me canso
Cantando a gente avança
Para depois ter descanso
Cheguei trazendo esperança
Cantando em tempo de avanço

Vou soltar o inocente
Não tem culpa quem prendeu
Vou castigar quem matou
Vou rezar pra quem morreu

Vou defender quem apanha
Batendo em quem bateu
Vou tomar de quem roubou
Tirando o que não é seu

Vou jogar com quem ganhou
Vou ganhar pra quem perdeu
E para quem não tem nada
Vou dar o que Deus me deuS
e eu der tudo o que eu tenho
Não acaba o que é meu

A terra hoje balança
Vou aguentar o balanço
Quem espera sempre alcança
Eu espero e não me canso
Cantando a gente avança
Para depois ter descanso
Cheguei trazendo esperança
Cantando em tempo de avanço...

No som da Viola (Tião Carreiro & Pardinho)

É hoje que a terra treme
É hoje que a pedra rola
Esse é o som da minha terra
Cheguei no som da viola

Não sei se vim pra ensinar
Ou se vim para aprender
Eu sou pimenta nos olhos
Daqueles que não querem ver

Quem bateu tem que apanhar
Quem matou tem que morrer
Covarde morre gritando
O valente sem gemer

É hoje que a terra treme
É hoje que a pedra rola
Esse é som da minha terra
Cheguei no som da viola...

Sem sangue não tem chouriço
Sem luta não tem vitória
É preciso muita garra
Pra subir os degraus da glória

Como farofa de areia
Dou a mão a palmatória
Se um dia eu ver um covarde
Que fez bonito na história

É hoje que a terra treme
É hoje que a pedra rola
Esse é som da minha terra
Cheguei no som da viola...

Urutu de cruz na testa
Vê a morte mas não corre
Vai de encontro com o fogo
Dando bote ele morre

Homem que apanha calado
Ele pra mim não nasceu
Homem que tombou na luta

É um herói que não morreu...
É hoje que a terra treme
É hoje que a pedra rola
Esse é som da minha terra
Cheguei no som da viola...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Urutu Cruzeiro (Carreirinho/Paulo Calandro)


Declamando
Conheci um aleijado para viver o coitado andava tirando esmola

No lugar que ele passava consigo ele carregava uma pequenaviola

Quando a esmola recebia cantando ele agradecia de todo o seucoração

Na viola ele ponteava e em seguida ele cantava essa tristonhacanção


Isso foi na minha terra lá na fazenda da Serra

Um dia de madrugada trabalhava de cocheiro

Foi eu e meu companheiro buscar vaca na envernada

Trouxe as vacas no mangueiro voltei pra buscar um bezerro

De uma mestiça Zebu meu destino foi traçado

Nesse dia fui picado por uma cobra urutu


Hoje eu sou um aleijado ando pro mundo jogado

Veja o destino de um homem pedindo a um bom coração

Um pedacinho de pão pra mim não morrer de fome

Veja só o resultado daquele urutu marvado

Poucos dias já me resta com fé em São bom Jesus

Hoje eu carrego a cruz que o urutu leva na testa

Ana Rosa (Tião Carreiro/Carreirinho)

Ana Rosa casou com Chicuta uma caipira bastante atrasado
Levava a vida de carreiro fazendo transporte era o seu ordenado
Tinha um ciúme doentio pela moça que dava pena do coitado
Batia na pobre mulher com a vara de ferrão de bater no gado, ai.

Resolveu abandonar o marido porque a vida já não resistia
Quando chegou em Botucatu aquela cidade toda dormia
Só encontrou uma porta aberta mas ali não entrava família
Resolveu contar sua história e se abrigar até no outro dia.
O Chicuta quando chegou em casa Ana Rosa não encontrou
Ele arreou sua besta e como uma fera a galope tocou
Na chegada de Botucatu pra um caboclo ele perguntou
Seu moço essa mulher lá nas fortunata vi quando ela entrou, ai.

Num barzinho ali da saída sem destino resolveu chegar
Encontrou com um tal Menegildo e com o Costinha pegou conversar
Vocês querem pegar uma empreitada só se for pra não trabalhar
Pra matar a minha mulher minha proposta vai lhe agradar, ai.

O Costinha montou a cavalo e tocou lá pra fortunata
Conversando com Ana Rosa disse que era um tropeiro da zona da mata
Meu patrão lhe mandou uma proposta diz que leva e nunca lhe maltrata
Seu marido anda a sua procura jurou que encontrando ele te mata.

Ana rosa montou na garupa e o cavalo saiu galopeando
Quando chegou no lava-pé aonde os bandidos já estavam esperando
Quando ela avistou seu marido para todo santo foi chamando
Vou perder minha vida inocente partirei com Deus deste mundo tirano, ai.

Derrubaram ela da garupa já fazendo cruel judiação
Foi cortando ela aos pedaços uma preta assistindo a cruel judiação
Foi correr dar parte a autoridade já fizeram imediata prisão
Hoje lá construíram uma igreja tem feito milagre pra muitos cristãos, ai.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Carteiro (Tião Carreiro / Carreirinho e Sebastião Victor)


Eu estava no portão
Quando o carteiro passou
Tirou da correspondência
Uma carta e me entregou
Abri a carta pra ler
Os ares diferenciou...
Quando eu li o cabeçalho
Os meus olhos se orvalhou
Aaaiii... Lágrimas no chão pingou...

Dois amigos que passavam
Me viu chorando e parou
O que tinha acontecido
Um deles me perguntou
A causa dessa tristeza
Meu amor me abandonou
Amigos fiquei sabendo
Primeira vez por amor
Aaaiii... Que este caboclo chorou...

O amor que eu tinha nela
Em ódio se transformou
Po ser uma mulher falsa
Não cumpriu o que jurou
Não quero saber onde anda
Nem ela onde eu estou
Vai ser como o sol e a lua
Quando um sai outro já entrou
Aaaiii... Não quero ter mais amor...

Das mulheres que eu conheci
Só uma que confirmou
Um amor sincero e puro
Que nunca me traiçoou
Em minhas horas amargas
O quanto me consolou...
Primeiros passos da vida
Foi ela que me ensinou
Aaaiiii... Minha mãe que me criou...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Uma Coisa Puxa Outra

O machado sem o cabo, não bota mata no chão,
Comandante sem soldado, não forma seu batalhão,
Sem bagunça sem baderna, quero ver minha nação
.
Uma coisa puxa outra, vai aqui minha opnião,
Traidor da minha pátria, não mereçe meu perdão.

Sem o policial na rua, não trabalha o escrivão,
Sem juiz sem delegado, não existe a prisão,
O juiz e o delegado, faz a lei entrá em ação.

Uma coisa puxa outra vai, aqui minha opnião,
O malandro vira santo, quando o advogado é bom.

Sem o animal de raça, não existe exposição,
Sem disputa e sem torneio, não existe campeão,
Sem boiada e sem tropa, não tem festa do peão,

Uma coisa puxa outra, vai aqui minha opnião,
O rodeio de barretos, dá um show de tradição.

Sem o braço do caboclo, não existe produção,
Não tem soja não tem trigo, nem arroz e nem feijão,
Sem auxilio da lavoura, não vai nada pro fogão.

Uma coisa puxa outra, vai aqui minha opnião,
Que seria da cidade, sem ajuda do sertão.

Sem trabalho e sem luta, a gente não ganha o pão,
Sem preguiça e sem moleza, a gente vira patrão,
Pra quem gosta de moleza, eu do sopa de algodão.

Uma coisa puxa outra, vai aqui minha opnião,
Todos que vivem na sombra, derrama o suor no chão.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Desabafo de Violeiro (Cesar/Afonso)

Se minha viola falasse
Ela me diria assim
Sofrer por um grande amor
É uma dor que não tem fim
Só o tempo pode curar
Essa dor dentro de mim
Até que um grande amor
Venha pra cuidar de mim

Enquanto isso viola
Minha amiga e companheira
Afogo as minhas mágoas
Nas suas cordas levanto poeira
Por culpa dessa morena
Que laçou meu coração
E depois partiu pra longe
Me deixando na solidão.

A dor no meu peito invade
O pranto no rosto cai
Por causa de você morena
Que foi pra não vorta mais
Então pego a viola
Desabafo minha tristeza
Alimentando a esperança
Que um dia ela apareça

Viola minha viola
No meu peito chorador
Me ajude a curar
As feridas desse amor
Por causa dessa morena
Assim me fiz cantador
Eu canto pra esquecer
A saudade desse amor

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Laçador de Cachorro

Um laçador de cachorro do coração de serpente

Homem só pela metade diabo em forma de gente

Não vale um tostão furado quem persegue um inocente

Vi uma cena cruel que não sai da minha mente

Pra salvar seu cachorrinho coitado de um garotinho

Foi morto covardemente.


Um garoto de dez anos depois que fez a lição

Pertinho da sua casa brincava no quarteirão

Com seu luluzinho branco cachorro de estimação

De repente igual um raio vinha um laçador de cão

O garoto assustado pegou seu cão estimado

E apertou no coração.


Com seu cãozinho nos braços ele saiu na carreira

Laçador bateu atrás igual onça pegadeira

Vou laçar esse moleque e arrastar pela poeira

Foge, foge luluzinho da laçada traiçoeira

Embora eu seja arrastado mas meu cãozinho adorado

É uma flor que ninguém cheira.


Garoto perdeu a vida nas mãos de um homem ruim

Despedindo deste mundo coitadinho disse assim

Trate bem meu cachorrinho que tem nome de Marfim

Papaizinho, mamãezinha peço não chore por mim

Vocês precisam coragem que a morte é uma passagem

Pra vida que não tem fim.


Nossa justiça não falha a lei não está dormindo

No fundo de uma prisão vai ter fim esse assassino

Ele vai morrer nas grades sem vela e sem desatino

É mais uma triste história escrita pelo destino

Depois do aconteceu o cachorrinho morreu

De saudade do menino.

A Grande Cilada

Malandro de muita arte que roubou a vida inteira
Parecia homem de Marte lambari da corredeira
Embrulhou por toda parte a polícia brasileira
Parecia o Malazarte carregou água em peneira
Um rato de muita arte sem cair na ratoeira
Malandro pintou o sete fez ponta de canivete,
Virar bico de chaleira.

Era liso igual quiabo não falhava um truque seu
Soldado, sargento e cabo na poeira se perdeu
Pegou gato pelo rabo e como lebre vendeu
Enganou até o diabo que na frente apareceu
Era um cascavel dos bravo bote errado nunca deu.
Malvado e desumano embrulhou até cigano
Que com ele se envolveu.

Na capital de São Paulo o malandro apareceu
E dando uma de galo a mão no peito bateu
Para pisar no meu calo quero ver quem que nasceu
Não vou cair do cavalo rei dos malandro sou eu
Não pode cair no pialo quem com classe aprendeu
Os delegado só prende malandro que não entende
E não foi aluno meu.

Vestido de militar mulher rica conseguiu
Hoje vou me casar até o padre vai cair
Não era flor de cheirar o padre que estava ali
Você não é militar há tempos te persegui
Aqui nos pés do altar sua fama vai sumir
Você é um malandro otário eu também não sou vigário
Eu sou o Delegado Fleury.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Fogo e a Brasa (Tião Carreiro e Praiano)

A mulher do meu sonho é comprometida
Também tenho outra, meu Deus, que loucura
Amor proibido é um merengue da vida
Nocivos amantes até quando dura

A minha riqueza nos braços do outro
No céu estrelada só vê noite escuta
Não está do meu lado no mundo do amor
Vê tudo brilhando e se sente segura

Fecho a porta do mundo com chave de ouro
Para ninguém ver nossa grande aventura
Ela é pro madido o remédio que mata
Mas é para mim o remédio que cura...

Da janela eu vejo seu apartamento
E seus movimentos a casa encejo
Da sua janela ela também me vê
Com o corpo a ferver de tanto desejo

Os beijos da outra já não me aquece
O mesmo acontece com ela também
Lá fora nós somos o fogo e a brasa
Quem dentro de casa a gente não tem...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pout Pourri de Pagodes selecionado por Cesar & Afonso (Viola Divina/Sete Flechas/Pagode do Ala)

Viola minha viola, cavalete do pau preto
Morro com você nos braços, de joelho lhe prometo

Viola minha viola de jacarandá e canela

Na alegria ou na tristeza vivo abraçado nela

Minha viola divina, eu ganho a vida com ela

O quadro da Santa ceia, doze apóstolos tem

Minha viola não é Santa, tem doze cordas também

Doze meses tem o ano, doze horas tem o dia

Doze horas tem a noite, esta noite é de alegria

Esta viola divina, já me deu o que eu queria

Não aprendi fazer guerra na escola de cantoria

Fazer guerra é muito fácil, quero ver fazer poesia

Com esta viola divina, um pedido vou fazer

Para Deus matar a morte, pro cantador não morrer

Enquanto existir viola, cantador tem que viver

Até no ano dois mil se uma viola só existir

Garanto vai ser a minha que não paro de tinir

O cantador sem viola, na carreira nada tem

Minha viola é divina, das mãos de Deus é que vem
Quem não gosta de viola não gosta de Deus também


Quem é bom já nasce feito , quem é ruim só atrapalha
Eu bato logo no burro e não bato na cangalha
Entrei numa guerra dura, fiz virar fogo de palha
Fiz virar cartão de prata, punhal, espada e navalha
Bala bateu no meu peito derreteu virou medalha

Pra dar fim na minha vida prepararam uma cilada
Foi a noite num banquete com champanhe envenenada
Deus é pai não é padrasto, ganhei mais uma parada
a taça que era minha foi parar em mão trocada
Quem me preparou veneno foi morrer na madrugada

Eu recebi um presente numa caixa de sapato
Uma cobra venenosa que pegaram lá no mato
É dessas cobras que morde quando não aleija mata
O meu nome é sete flechas nó que eu dou ninguém desata
Bati o olhos na cobra transformei numa gravata

Coloquei a tal gravata que o falso amigo mandou
Fui passear na casa dele desse jeito ele falou
Meu Deus que gravata linda, na gravata ele pegou
A gravata deu um bote que na mão dele ficou
A gravata lhe mordeu, foi a cobra que ele mandou.

As flores quando é de manha cedo, com seu perfume no ar, exala
A madeira quando está bem seca, deixando no sol bem quente, estala
Dois baianos brigando de facão sai fogo quando o aço, resbala
Os namoros de antigamente, se espiava por um buraco na sala

As pessoas que são muda e surda, é por meio de sinal que fala
Os granfinos de antigamente, quase que todos usavam bengalas
A mochila do peão é um saco, a coberta do peão é o pala
Os casamentos da roça tem festa, ocasião que o pobre se arregala

Preste atenção que o reio doe mais, é aonde ele pega a tala
Divisa de terra antigamente, não usava cerca era vala
Naturalmente um bom jogador, todo jogo ele está na escala
Uma flor é diferente da outra, pro cuitelo seu valor iguala

Caipira pode estar bem vestido, ele não entra em baile de gala
Pra carregar o fuzil tem pente, garrucha e o revolver tem bala
O valentão está arrastando a asa, mais quando vê a polícia cala
Despista e sai devagarinho, quando quebra a esquina e abre ala

Pra fazer viagem a bagagem, geralmente o que se usa é mala
A baiana pra fazer cocada principalmente o coco se rala
No papel o turco faz rabisco e diz que escreveu abdala
As pessoas que morrem na estrada, por respeito uma cruz assinala



Saudades de Tião Carreiro (Pardinho)





"Viola chegou no mundo, solteira e sem compania
Até que um belo dia a providencia Divina mandou pra ela um parceiro
Teve um pagode em Brasilia, também o Rei do Gado
Briga de Mineiro e Italiano, Arapu e amargurado
Teve chora viola arrependida e catimbau, parece que pra avizar teve chamada a cobrar la do leito do hospital...
Daí a razão de tannnta saudade!!"



Saudade bateu no peito sufocando o coração
Saudade bateu de jeito trazendo inspiração
Saudade de um grande amigo, um poeta, um campeão, que foi embora pra sempre desse mundo de ilusão...



Eu sei que você amigo consigo saudade tem...
A viola está chorando, saudade sente também...ela foi a companheira, parceira como ninguém...num soluço de saudade fazendo ponto...


Aos poetas dessa terra pesso tirar o chapéu, pra um violeiro e poeta que hoje esta la no céu
Foi ele o rei do pagode, cantador e ceresteiro...Que no peito e na viola conquistou o Brasil inteiro...
Foi ele a maior bandeira, magestade violeiro...
Saudade..quanta saudade....
Saudade de Tião Carreiro..


chora viola!

Tem e Não Tem (Tião Carreiro / Lourival dos Santos)


A casa do João de Barro tem porta e não tem janela
A mesa da minha casa tem perna e não tem canela
A minha boca tem ponte, mas nunca teve pinguela
O motor do meu carro tem cavalo e não tem sela
Minha sogra tem braveza, mas não tenho medo dela.

Onde tem ordem e progresso não pode ter decadência
Tem gente que tem vontade, mas não tem experiência
Como tem muitos violeiros no radio sem competência
O frango também tem peito pra cantar não tem potencia
O pão também tem miolo, mas não tem inteligência.

Adão teve mulher, mas não teve sogra nem perdão
Tem muita gente no mundo que vive sem profissão
Tem outros que tem ofício mas não tem calo na mão
Muié que tem dois amores, não tem dois coração
Tem gente que tem escola, mas não tem educação.

Homem que tem mulher brava esse não tem liberdade
Tem mulher que tem beleza, mas não tem sinceridade
Tem gente que tem dinheiro, mas não tem felicidade
Eu tenho certos parentes, mas deles não tenho saudade
Tem gente que tem diploma, mas não tem capacidade.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mundo Velho Não Tem Jeito


Onde é que nós estamos Oh meu Deus tem dó da gente, Mundo velhojá deu

flor carunchou toda a semente, virou um rolo de cobra serpente engole

serpente, quem vive lesando a Pátria dando pulo de contente e o pobre

trabalhador é o escravo na corrente.

Estão matando e roubando é conflito permanente, um bandido entrou num

banco armado até os dentes, chorou no colo da mãe a criançinha inocente,

mas ele achou que a criança pertubava o ambiente, assassinou a mãe e filha

foi um quadro comovente.

Tem família num bagaço, fingindo viver contente, a alegria é só por fora

mas por dentro é diferente, é filha desmiolada que casou com delinquente, é

um genro pé-de-cana, que não gosta do batente, onde tem ovelha negra,

desmorona um lar descente.

O mundo virou um vulcão, e cada vez fica mais quente, não a nada que

esfrie, quero ver quem me desmente, um grande estoque de bombas,

crescendo diariamente, quando estourar todas as bombas ninguém fica pra

semente, mundo velho nào tem jeito, vira cinzas brevemente.

O mundo já está encardido e não adianta detergente, a sujeira desafia até

soda e água quente, num lugar morre de sede e no outro morre de enchente

ó mestre lá nas alturas, meu senhor onipotente, seu poder é infinito,
Protegei a nossa gente.

Guerreiro do Asfalto (Composição Indisponível)


Ela se cansou de viver nos braços do caminhoneiro...
Caminhoneiro e sua vida têm dupla paixão.
Ele precisa dividir o amor da mulher amada,
Com a cabine bem desconfortável do seu caminhão.
Caminhoneiro segue estrada afora,
Vai transportando saudade e dor.
No longo asfalto da desilusão,
Vai distanciando do seu amor!

Então prossegue ouvindo na cabine...
No "Toca - Fitas" do seu caminhão...
Caminhoneiro chora no volante!!
Quando ele ouve tocar esta canção:

Amor meu velho amor, amor que sofre e não reclama!

O caminhoneiro guerreiro forte no longo asfalto.
Mas na lombada do amor sincero ele já trombou.
Na grande curva da paixão errada em que está derrapante,
Seu caminhão cheio de saudade também derrapou.
No fim da tarde ao pôr do Sol...
Vem a lembrança da mulher amada;
Pra quem viaja no mundão de Deus,
Esta saudade é a carga mais pesada.
Então prossegue ouvindo na cabine...
No "Toca-Fitas" do seu caminhão...
Caminhoneiro chora no volante!!!
Quando ele ouve tocar esta canção:

Amor meu velho amor, amor que sofre e não reclama!!!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Pagode na Praça (Tião Carreiro e Pardinho)




Fazer moda é meu vício viola é minha cachaça No batido do pagode meus dedos não embaraça Quando eu passo a mão na viola faço levantar fumaça O pagode no momento ta sendo dono da taça Porque o povo esta gostando eu também tô caprichando De vez enquando soltandoum pagode bom na praça
A sina de um cantador é somente Deus quem traça Pra ser um bom violeiro não pode fazer ruaça Precisa deixar o nomeno lugar aonde passa Só cantando modas boas pra agradar a grande massa Da sorte nóis não reclama eu zelo por nossa fama Aonde o povo me chama tem pagode bom na praça
Quem quizer cantar pagode mostre sangue e mostre raça Se não for pra ser bem feito peço a vocês que não faça O batido do pagode eu ensino até de graça Quem canta pagode certo pode crer que não fracassa E o pagode é brasileiro dá nome pra violeiro Quem quizer ganhar dinheiro põe pagode bom na praça
É preciso ter amor na profissão que abraça ter um capricho bonito levo ele por pirraça moda roubada eu não gravo nóis não pega e nem não laça vou lutar com meus colegas luta limpa sem trapaça minha viola nunca falha ganhei flores e medalhas e o troféu chapéu de palhac om um pagode bom na praça

Eu, a Viola e Ela (composição indisponível)

Por causa de você, viola
Quem diz que me adora
Quer me abandonar
O ciúme vive a me dizer
Pra eu escolher
Com quem vou ficar...
Gosto dela e vou sofrer muito
Mas esse absurdo jamais eu aceito
E prefiro chorar o adeus
De quem me conheceu
Com a Viola no Peito

Viola eu me lembro ainda
Ela estava tão linda
Naquela Janela
E você com o seu pontiado
Tão apaixoado foi quem me deu ela
Por isso nao vou abrir um
Desse meu coração que ela quer me roubar
Mas se ela for mesmo embora
É com você viola que eu vou ficar

Viola estou muito triste
Mas a dor que existe
Você me consola
Em seu braço eu faço queixume
Do amo que o ciúme vai leva embora
E pevejo a qualquer momento
Esse amor ciumento nos deixar pra sempre
Mas que Deus lá do céu lhe acompanhe
E deixe que eu ame a viola somente

segunda-feira, 10 de maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pout Pourri de Pagodes (Pagode em Brasília/Pagode na Praça/Pagode/A Coisa tá Feia/Sete Flexas)

Quem tem mulher que namora
Quem tem burro impacador
Quem tem a roça no mato me chame
Que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro impacador eu corto ele de espora
E a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora

Fazer moda é meu vício
viola é minha cachaça
No batido do pagode
meus dedos não embaraça
Quando eu passo a mão na viola
faço levantar fumaça
O pagode no momento
ta sendo dono da taça
Porque o povo esta gostando
eu também tô caprichando
De vez enquando soltando
um pagode bom na praça

Morena bonita dos dente aberto
Vai no pagode o barulho é certo
Não me namore tão descoberto
Que eu casado mais não sou certo

Modelos de agora é tudo esquisito
Essas mocinhas mostrando os cambitos
Com as canelas fina que nem palmito
As moças de hoje eu não facilito

Eu mais a minha muié fizemos a combinação
Eu vou no pagode ela não vai não
Sabado passado eu fui ela ficou,
Sabado que vem ela fica e eu vou


Burro que fugiu do laço ta de baixo da roseta
Quem fugiu de canivete foi topar com baioneta
Já está no cabo da enxada quem pegava na caneta
Quem tinha mãozinha fina foi parar na picareta
Já tem doutor na pedreira dando duro na marreta

A coisa tá feia, a coisa ta preta...
Quem não for filho de Deus, tá na unha do capeta.

Quem é bom já nasce feito , quem é ruim só atrapalha
Eu bato logo no burro e não bato na cangalha
Entrei numa guerra dura, fiz virar fogo de palha
Fiz virar cartão de prata, punhal, espada e navalha
Bala bateu no meu peito derreteu virou medalha

Me sinto muito feliz de estar lançando o meu primeiro Pout Pourri de pagodes. Selecionei somente badidão sertanejo, que é uma singela homenagem ao criador e rei do pagode, a magestade Tião Carreiro.
Cantarei as seguintes músicas:

Pagode em Brasília/Pagode na Praça/Pagode/A Coisa tá Feia/Sete Flexas.

Somente músicas boas!


Mas vocês só vão ouvir se forem no Cantinho da Viola amanhã, apartir das 20:30

Ass.: Cesar


Para quem não conhece a história da dupla Cesar & Afonso:

Julio Cesar da Silva (Cesar) nasceu em 1992, filho de pais simples e muito humildes.
aos 10 anos de idade ele já se interessava pela musica raíz, coisa que é muito raro acontecer.
No ano de 2005, o Fabrício Afonso (Afonso) se muda para o mesmo bairro que ele mora, e pra variar, eles são vizinhos. Com o tempo o Afonso lhe ensinou a tocar violão, mas ainda nao era o que o Cesar queria. O tempo passou e com muito sacrifício, Cesar conseguiu comprar a sua primeira viola. Desde então, ele se juntou com o Afonso e a primeira vez que eles tocaram juntos foi justamente no Cantinho da Viola.
Desde esse dia, essa dupla não para de cantar, estão sempre ensaiando para a sua apresentação, e claro para agradar o público.

E lembrando que amanhã, as 20:30 o Cesar da dupla Cesar & Afonso estará no Cantinho da Viola, e lançará seu primeiro Pout-Pourri de pagodes, selecionado por ele próprio.

Compareçam lá!!!!